Detalhes do Trabalho

PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO: influências culturais sobre a adesão ao exame preventivo

Trabalho de Conclusão de Curso

Semestre:  2/2025
Autor: Tainara Laís Tambosi
Orientador: Daniela Balz Hara
Coordenador: Rosimeri Geremias Farias
Curso: EFM - Enfermagem
Resumo: 

O exame citopatológico do colo do útero, disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é a principal estratégia para o rastreamento e a detecção precoce do câncer do colo do útero (CCU), sendo recomendado como uma medida preventiva regular, porém a sua adesão ainda é limitada. Crenças enraizadas, mitos sobre a sexualidade e o corpo, sentimentos de vergonha e medo, além de desinformação sobre o exame, formam um cenário que dificulta a efetivação das políticas preventivas. O objetivo deste estudo foi investigar a influência das crenças e mitos na adesão ao exame preventivo do câncer do colo do útero entre pessoas com útero, com idades entre 25 e 64 anos, residentes em uma comunidade do interior do Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza básica e abordagem exploratória-descritiva, que utilizou entrevistas semiestruturadas para coleta de dados em domicílio. As entrevistas foram gravadas após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e do termo de gravação de voz. A análise seguiu a técnica de Bardin, com os resultados organizados em quatro categorias: considerações sobre a realização do exame preventivo, a experiência vivenciada na realização do exame, o recebimento da orientação e quem a fez e a prevenção de doenças e do câncer do colo uterino. A interpretação dos dados foi aperfeiçoada pela revisão da literatura recente, fundamentada na Teoria do Autocuidado de Dorothea E. Orem, que destaca a importância da prática do autocuidado pelas pessoas e que quando, por algum motivo, essa prática se torna inviável, a enfermagem deve intervir, oferecendo o suporte necessário para garantir a saúde e o bem-estar do indivíduo. Os dados revelaram que o desconhecimento sobre o CCU, juntamente com vivências relacionadas ao exame, como dor, vergonha e medo, representam barreiras significativas para a realização do exame, podendo implicar na sua efetuação. Embora as participantes reconheçam a importância do exame como medida preventiva, elas tendem a realizá-lo apenas quando apresentam sintomas ou queixas. A partir dos achados, infere-se que fatores culturais, crenças e desinformação atuam como impeditivos para o autocuidado, dificultando a adesão ao rastreamento preventivo. Isso posto, é possível concluir como fruto desta análise, que a abordagem de saúde precisa ser personalizada e empática, indo além da simples transmissão de informações, para lidar com as particularidades culturais e emocionais da população.

Palavras-chave: Prevenção de Doença., Crenças Culturais., Câncer do Colo Uterino.
Data da Banca: 26/11/2025
Data de Públicação do Trabalho: 05/12/2025