APRENDIZAGEM MOTORA NO PROTOCOLO STEP PRESENCIAL EM LACTENTES COM RISCO DE DISFUNÇÃO MOTORA: UM ESTUDO DE FIDELIDADE
Trabalho de Conclusão de Curso
Introdução: A infância é uma fase de intensa plasticidade neural, na qual o cérebro está em rápido desenvolvimento. Para favorecer esse processo, a intervenção precoce utiliza os ingredientes da aprendizagem motora. Considerando sua relevância, o protocolo STEP (Specific Tasks - Environment - Participation) incorporou esses princípios às suas condutas e passou a ser entregue também no modo presencial. Objetivos: Verificar a fidelidade do protocolo STEP presencial, através da identificação dos ingredientes treinados em crianças com risco de disfunção motora. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e metodológico, desenvolvido a partir de bancos de dados de vídeos gravados das sessões de fisioterapia do protocolo STEP presencial. Os participantes foram classificados em dois grupos: risco para atraso no desenvolvimento e risco para paralisia cerebral. Foi utilizado um checklist dos ingredientes da aprendizagem motora separados em: terapeuta (incentivo verbal; foco atencional; feedback; atividades vinculadas; demonstração; facilitação e ambiente desafiador) e prática (repetição; fragmentação; tarefa total; variabilidade; aleatoriedade; aumento da complexidade e intensidade). A análise incluiu o cálculo de frequências para cada ingrediente. Resultados: Verificou-se alta fidelidade de aplicação dos principais ingredientes, com percentuais superiores a 90%. Quanto ao terapeuta, o incentivo verbal, foco atencional, feedback, atividades vinculadas, facilitação e ambiente desafiador ocorreram próximo a 100%, todas as práticas foram relacionadas aos objetivos (100%) e apenas a demonstração apresentou menor porcentagem (53,70% no grupo com risco para atraso e 61,11% para PC). Quanto à prática, os grupos apresentaram média de 6,66 e 7,63 no grupo com risco para atraso e para PC, respectivamente. A aleatoriedade, aumento da complexidade e variabilidade de altura, direções e objetos apresentaram-se próximo a 100%. No grupo com risco para atraso, os percentuais foram: 64,81% para tarefa fragmentada, 66,67% para tarefa total e 14,29% para variabilidade de posturas. No risco para PC, os resultados foram: 34,44% para tarefa fragmentada, 78,89% para tarefa total e 28,26% para variabilidade de posturas. Conclusão: A análise evidenciou o uso consistente dos principais ingredientes, reforçando a fidelidade teórica e demonstrando que o protocolo preserva sua estrutura e coerência teórica no formato presencial, adaptando-se às características físicas de seus participantes.