Trabalho de Conclusão de Curso

O climatério é cercado de dúvidas e definições compartilhadas pelo senso comum, isso acaba gerando, nas mulheres, um sentimento de solidão e medo em compartilhar os sinais e sintomas vivenciados. Este contexto aponta para a necessidade de suporte às mulheres climatéricas, para que assim, elas possam compreender o que estão vivenciando e possam ter o conhecimento necessário para diminuir os impactos do climatério na qualidade de vida. O objetivo principal deste estudo é compreender as demandas que levam as mulheres a buscarem orientação a respeito das alterações no período de climatério. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo. Para a coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista com perguntas abertas e fechadas, aplicado junto a mulheres com idade entre 45 e 56 anos, cadastradas numa unidade de saúde. A análise dos dados ocorreu por meio da técnica de análise de discurso e foram respeitados os preceitos éticos dispostos na Resolução CNS 466/12. Entrevistou-se vinte mulheres climatéricas encerrando-se a coleta de dados por esgotamento dos sujeitos. Os dados foram tratados segundo três categorias de análise sendo elas: o climatério e suas manifestações; demandas biopsicossociais relacionadas ao climatério e a rede de informações das mulheres climatéricas. Verificou-se que as mulheres apresentam um conhecimento limitado a respeito do climatério. Todas as informações descritas por elas baseiam-se nos sintomas vivenciados durante o período e nas experiências compartilhadas. As manifestações clínicas relatadas apresentam sintomas em comum que variam em intensidade ou frequência, mas são destacadas por quase todas, como, por exemplo, os fogachos. A rede de apoio e de informação das mulheres climatéricas se baseia nas próprias mulheres que estão ou já vivenciaram o climatério. É por meio da troca de experiências que elas constroem seus conhecimentos. Entretanto existe uma grande demanda por orientações, em especial, quanto a manifestações clínicas do climatério. As mulheres desejam compreender quais mudanças o climatério pode ocasionar nas suas vidas e como elas podem diminuir os impactos no cotidiano. A procura, por parte das mulheres climatéricas, aos serviços de saúde é baixa, e isso torna esses serviços menos preparados para atendê-las nas suas necessidades. É importante que os profissionais responsáveis pela atenção primária à saúde desenvolvam estratégias que acolham as mulheres climatéricas e promovam não somente a recuperação, mas também a promoção da saúde.