Trabalho de Conclusão de Curso

Considerando a imunização como uma das intervenções de saúde mais eficazes na prevenção de agravos da população e que a cobertura vacinal sofre variações, é imprescindível compreender todas as circunstâncias que podem gerar hesitação dos responsáveis de crianças e adolescentes no âmbito da vacinação. Esta hesitação pode ser causada por diversos fatores, onde o contexto social e ambiental pode ser uma grande influência. A importância de identificar as principais causas desta hesitação pode contribuir para que a Equipe de Saúde da Família (ESF) possa implementar intervenções a favor da imunização das crianças e dos adolescentes desta comunidade. O objetivo do trabalho é compreender a visão dos responsáveis acerca da hesitação vacinal e sobre a importância da imunização. A abordagem do estudo pautou-se como pesquisa qualitativa com propósito descritivo e exploratório. O local de estudo foi em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de um município do interior de SC. Foi aplicado um roteiro de entrevista semi-estruturado com os pais ou responsável legal da criança ou adolescente. A entrada no campo foi mediante autorização do Comitê de Ética em Pesquisa e da instituição do local de estudo. O estudo foi norteado pelos princípios regidos pela Resolução N° 466, de 12 de Dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde. O resultado final compreende primeiramente uma disposição dos materiais e pré-análise, seguindo então para a exploração do material escolhido e, por fim, tratou-se em evidenciar os resultados obtidos e interpretá-los com base na análise de conteúdo de Bardin e na Teoria do Cuidado Transcultural de Madeleine Leininger. Com isso três categorias foram determinadas: percepções acerca da hesitação vacinal, preocupações frente ao processo de imunização considerando hábitos e crenças dos responsáveis pela criança e vínculos com os serviços de saúde e fornecedores de informações. A discussão foi sustentada pelos resultados alcançados no estudo, que constataram que os sujeitos possuem dificuldades em relação ao atraso vacinal, porém consideram a vacinação como um processo fundamental para a saúde das crianças e dos adolescentes. Foi possível identificar suas preocupações associadas ao momento e após o procedimento, tanto como é a relação com os profissionais da saúde. Por fim, pode-se constatar que a atuação do enfermeiro com a ESF é essencial para reduzir os obstáculos que esta comunidade enfrenta, bem como seus receios e promover continuamente o vínculo além das ações de educação em saúde.