Detalhes do Trabalho

NEUROPARACOCCIDIOIDOMICOSE ASSOCIADA À IMUNOSSUPRESSÃO EM PACIENTE COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO

Artigo

Semestre:  1/2021
Autor: Carolina Kamer
Orientador: Rafael Carlos Da Silva
Coordenador: Augusto Fey
Curso: MED - Medicina
Resumo: 

A neuroparacoccidioidomicose (NPCM) é uma infecção fúngica do Sistema Nervoso Central (SNC) causada pelo fungo termodimórfico Paracoccidioides brasiliensis (P. brasiliensis). O envolvimento do SNC é, geralmente, uma consequência da disseminação do fungo pela via hematogênica. A associação entre infecção fúngica por Paracoccidioidomicose (PCM) com acometimento do SNC em pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é rara. Pacientes com LES apresentam alto risco de desenvolver infecções oportunísticas devido ao uso de drogas imunossupressoras. Aqui, relatamos o caso de uma paciente de 37 anos de idade, tabagista, previamente diagnosticada com LES e em tratamento imunossupressor, que iniciou com quadro persistente de cefaléia pulsátil em região temporal bilateral com irradiação para membro superior esquerdo há quatro meses. Ao exame neurológico, a paciente estava alerta e orientada em tempo, espaço e pessoa. Força motora 5/5. Ausência de rigidez nucal. A tomografia computadorizada (TC) de crânio demonstrou hipoatenuação focal parieto-occipital à esquerda com erosão óssea adjacente. Ressonância magnética nuclear (RMN) de crânio demonstrou coleção subdural parieto-occipital esquerda, com erosão óssea e pequeno espessamento meníngeo regional com realce periférico pelo meio de contraste. A paciente foi submetida à craniotomia para biópsia epidural parietal à esquerda, cuja patologia identificou presença de tecido inflamatório granulomatoso, sendo diagnosticado por meio de histopatologia infecção fúngica por PCM. A paciente foi tratada com Itraconazol 200 mg ao dia durante doze meses apresentando melhora dos sintomas. O grande desafio no reconhecimento de infecções nos pacientes com LES decorre da semelhança entre as suas manifestações clínicas com as da doença em seu estado ativo. Tais dificuldades podem atrasar o diagnóstico, retardar o início do tratamento podendo agravar o prognóstico do paciente.

Palavras-chave: Imunossupressão, Lúpus eritematoso sistêmico, Neuroparacoccidioidomicose
Data de Públicação do Trabalho: 11/03/2022