Artigo

Racional: A colecistectomia é tratamento padrão para colecistopatia, embora resolutiva nos sintomas pré-operatórios, um número significativo de pacientes continuam apresentando sintomas ou desenvolvendo novos, incluídos na síndrome pós-colecistectomia. É caracterizada por sintomas inespecíficos como diarréia, constipação, náusea, vômitos, dor abdominal e flatulência, porém, não possui consenso em sua fisiopatogenia. Possui provável origem multifatorial, já que a colecistectomia é responsável por alterações na fisiologia do trato gastrointestinal. Objetivo: Identificar a prevalência de sintomas gastrointestinais crônicos em pacientes pós colecistectomia no Alto Vale do Itajaí. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, com pacientes diagnosticados com colecistopatia calculosa, operados entre janeiro e dezembro de 2017 em um Hospital de Referência do Alto Vale do Itajaí. Para estabelecer o efeito da colecistectomia no hábito intestinal foi realizado um questionário, previamente validado, modificado a fim de se adequar ao presente estudo. Este questionário foi composto por perguntas a respeito da sintomatologia da colecistite e do hábito intestinal, antes e depois da colecistectomia. Resultados: A presença de sintomatologia crônica foi de 53,5%. O sintoma mais prevalente foi flatulência com 61,1%, sendo estatisticamente significativa (p=0,001). Já o sintoma mais incômodo, foi a urgência para evacuar com 14% dos pacientes relatando desconforto muito forte. O IMC obteve uma tendência ao aumento estatisticamente significativa (p=0,024). Conclusão: A prevalência de sintomas correspondentes à síndrome pós-colecistectomia identificada no presente estudo foi significativa, trazendo incômodo aos pacientes, portanto, relevante clinicamente. Novos trabalhos são fundamentais para definição dos fatores de risco para desenvolvimento da sintomatologia estudada.