IMPLANTE DE MARCAPASSO EM PACIENTE COM PERSISTÊNCIA DE VEIA CAVA SUPERIOR ESQUERDA E TROCA PRÉVIA DE VALVA AÓRTICA BICÚSPIDE: UM RELATO DE CASO
Artigo
A persistência da veia cava superior esquerda (PVCSE) resulta da falha embriológica na regressão de parte da veia cardinal esquerda (1). Embora rara, é a anomalia venosa mais encontrada no tórax, com prevalência de 0,3 a 0,5% na população geral (2). Sua importância baseia-se na grande prevalência quando associada aos defeitos cardiovasculares e a distúrbios do ritmo (3). Também há descrito na literatura que sua presença pode estar associada a outras anormalidades cardiovasculares, como defeito do septo atrial, válvula aórtica bicúspide (VAB), coarctação da aorta e atresia ostial do seio coronariano (4). A insuficiência aórtica (IAo) secundária à VAB pode decorrer de alterações das cúspides valvares e/ou alterações do ânulo da valva aórtica. As indicações cirúrgicas para troca valvar incluem: a presença de sintomas como dispneia, angina e síncope e/ou fração de ejeção <50% (nível de evidência IB); em pacientes assintomáticos, não reumáticos com diâmetro diastólico de ventrículo esquerdo > 70mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo > 50mm ou diâmetro sistólico de ventrículo esquerdo indexado > 25 mm/m² possuem indicativo com nível de evidência Ia B (5). Como complicação pós-cirúrgica, alguns pacientes podem desenvolver distúrbios do sistema de condução e necessidade de implante de marca-passo cardíacos (MPs). Os MPs artificiais são dispositivos eletrônicos de estimulação multiprogramável capazes de substituir impulsos elétricos e/ou ritmos ectópicos, para se obter atividade elétrica cardíaca a mais fisiológica possível (6). O presente relato de caso traz a associação entre a presença da PSCVSE em paciente no pós-operatório tardio de correção de VAB, durante o implante de marcapasso secundário a bloqueio átrio-ventricular total (BAVT) pós-cirúrgico. Este estudo seguiu as normativas do Case Report Guidelines - (CARE).