O uso de anti-inflamatórios não esteroidais em fraturas ósseas: uma revisão bibliográfica
Artigo
Introdução: Após uma fratura óssea, o adequado processo de consolidação é necessário para que o indivíduo retorne ao seu trabalho, diminuindo o custo governamental de afastamento e de saúde. A intervenção pelo uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) é uma alternativa para minimizar tal impacto, oferecendo redução da inflamação e analgesia aos pacientes. Porém, há evidências de que os AINEs interferem na osteogênese e resultem em consolidação tardia ou não consolidação óssea. Objetivo: O presente estudo buscou avaliar a interferência dos AINEs na consolidação óssea. Método: Foi realizada uma revisão da literatura a partir das bases de dados Pubmed, Cochrane e Medline. A busca foi realizada utilizando os descritores: "fracture", "NSAID" e "bone healing", e trabalhos publicados entre os anos de 2010 a 2020. Posteriormente, foi realizado a sumarização, análise e interpretação dos artigos originais. Resultados: A partir dos 9 estudos selecionados, se sugere que os AINEs parecem poder utilizados na fase aguda de fraturas ósseas com relativa eficácia e segurança em crianças e adultos. Cerca de 33% dos estudos evidenciaram possíveis efeitos negativos no uso de AINEs, sugerindo aumento do risco de consolidação retardada ou não consolidação quando utilizado em idosos ou por período prolongado acima de 6 semanas. Considerações finais: Este estudo sugere que os AINEs devem ser utilizados com cautela na fase aguda da fratura, principalmente quando utilizado em idosos ou por períodos prolongados. É necessário mais estudos longitudinais para avaliar a segurança dos AINEs.