Detalhes do Trabalho

Colisão de tumores do tipo craniofaringioma e prolactinoma: uma revisão integrativa.

Artigo

Semestre:  1/2023
Autor: Anna Clara Hass de Queiroz
Orientador: Itairan Da Silva Terres
Coordenador: Augusto Fey
Curso: MED - Medicina
Resumo: 

Os craniofaringiomas consistem em tumores intracranianos benignos encontrados geralmente na região suprasselar, de crescimento lento, e seus sintomas geralmente decorrem de acordo com o tamanho do tumor e a compressão de estruturas adjacentes, sendo as queixas visuais e de cefaleia as mais comuns. Os prolactinomas são adenomas hipofisários secretores do hormônio prolactina, geralmente benignos. O quadro clínico de pacientes com prolactinomas reflete a ação da hiperprolactinemia do paciente, que gera um quadro de hipogonadismo, todavia, a depender do tamanho do tumor, a sintomatologia do paciente pode ser decorrente do efeito de massa do tumor. Hoje, através da literatura disponível, já se sabe mais sobre a coexistência de tumores intracranianos do tipo craniofaringioma associados aos adenomas hipofisários, dos quais, os prolactinomas constituem a maioria. Essa pesquisa foca em enfatizar a possibilidade da ocorrência simultânea das lesões, além de esclarecer por meio dos métodos diagnósticos quando se deve suspeitar da colisão das neoplasias, além de caracterizar as suas similaridades e distinções, evitando qualquer intervenção desnecessária ao paciente. Para tal estudo, foi utilizada a base de dados PubMed® e foram seguidos os preceitos do guideline PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Um total de sete estudos foi analisado, sendo estes relatos de casos associados a revisões sistemáticas da literatura, resultando num total de sete pacientes (n = 7) que foram incluídos na revisão. A idade média dos pacientes foi de 47,8 anos (32 - 62). 3 dos pacientes obteve o diagnóstico inicial de craniofaringioma, e os outros 4 de um adenoma hipofisário lactotrófico. Dentre os pacientes avaliados, 3 deles tinham mais sintomas de efeito de massa do tumor, e os 4 outros pacientes apresentavam mais sintomas endócrinos. 3 pacientes foram submetidos à craniotomia, e o restante obteve uma abordagem transesfenoidal para a ressecção do tumor. Após a retirada da segunda lesão, 3 pacientes evoluíram para óbito, 1 paciente teve a sua função hipofisária restaurada, 1 evoluiu com panhipopituitarismo e deficiência de arginina-vasopressina (conhecido anteriormente como diabetes insipidus), e em 2 pacientes não se obteve informações sobre o desfecho dos casos. A colisão de prolactinomas e craniofaringiomas é extremamente rara, e na escassa literatura disponível atualmente, os prolactinomas constituem a maioria dos subtipos dos adenomas. Conclui-se que, por mais que rara, a associação de tais tumores é possível, e pelo fato de individualmente, a localização de ambos tumores seja a mesma (região selar e suprasselar), isso torna o diagnóstico muito mais difícil, fato que justifica a maioria dos diagnósticos apenas ter sido feito após a ressecção do tumor.

Palavras-chave: Tumor da bolsa de Rathke, Adenoma lactotrófico, Manifestações clínicas
Data de Públicação do Trabalho: 20/07/2023