Artigo

Introdução: A depressão pós-parto (DPP) é um problema de saúde pública, de alta prevalência e que não é facilmente diagnosticável. Tem como principais sintomas humor flutuante, preocupação exagerada com o bem-estar do bebê, bem como sua competência como mãe, medo de ficar sozinha ou de machucar o seu filho, ansiedade e dor de cabeça. Tendo em vista isso, é de suma importância estudar a prevalência e fatores associados aos sintomas sugestivos de depressão e ansiedade pós-parto, correlacionando com a relação mãe-bebê. Métodos: Trata-se de um estudo observacional com delineamento epidemiológico do tipo transversal, realizado com gestantes, com 40 dias a 12 meses pós-parto, por meio de um questionário, enviado de maneira remota, contendo 2 escalas validadas e um instrumento de pesquisa elaborado pelos autores. Resultados: 47,6% das mulheres entrevistadas, com 40 dias a um ano de pós-parto, possuíam sintomas sugestivos de depressão e 98,7% de sintomas sugestivos de ansiedade; 90,9% relataram não fazer uso de antidepressivos no momento da entrevista/questionário e 75,3% não possuíam histórico de depressão. Possuir o ensino médio completo (RP: 0,73) e 3 ou mais gestações prévias (RP: 0,65) apresentaram papel protetivo sobre os sintomas sugestivos de depressão. Conclusões: na região geográfica avaliada, os sintomas sugestivos de DPP são subdiagnosticados e a saúde mental das mulheres é muitas vezes desprezada.