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Você quer saber o que eu acho do Autismo?

12/04/2019


Você quer saber o que eu acho do autismo?

Minha percepção dele vem mudando, a cada ano que passa. Incrível o caminho para chegar até aqui. 

Tem o autismo lá no início. Antes do diagnóstico. Aquela pulguinha atrás da orelha, aquela preocupação que o desenvolvimento do seu bebê não está se desenrolando de forma normal. 

Tem o luto, o choque do diagnóstico. Aquele momento que nosso coração sangra por nosso filho, e que morre o bebê perfeito idealizado. 

Tem a luta dos primeiros meses / primeiros anos. Tem que ser cedo. Tem que estimular. Quanto antes, melhor. Criar habilidades. Terapias e terapias.

Tem a dor do preconceito. Aliás, nem sempre é o preconceito. É simplesmente a diferença. Pode ocorrer a qualquer momento. A amiga que diz que não aguenta mais responder as perguntas do filho, quando o seu sequer sabe falar direito, quanto mais conversar. Tem a expectativa da reação do filho em relação a qualquer coisa, e ele reage à sua maneira, completamente diferente do nosso idealizado. 

Hoje, tenho uma percepção dele de uma forma mais natural. Meus filhos são pessoas incríveis. São inteligentes, capazes, superam-se todos os dias. Temos muito desafios ainda. Muitos desses desafios, inclusive, são meus. Ter mais paciência. Ensinar melhor uma atividade de vida diária. Estimular habilidades de forma produtiva, não sucumbir à preguiça. Lembrar-me que ainda são pequenos, que têm que brincar, que têm as coisas que gostam, e que têm tempo para aprender coisas da vida adulta. Têm seu passo no amadurecimento emocional e social. 

Hoje, celebro a diferença. Comemoro o quanto aprendi, o quanto meus filhos são ESPECIAIS. 

Rita Camargo é Pediatra, mãe de três meninos e escreve diversos artigos, sobre vários assuntos.

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